quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Como funciona a acupuntura A hipótese científica mais aceita é que as agulhas estimulam o sistema nervoso, causando a liberação de neurotransmissores

A técnica tem sua origem na medicina tradicional chinesa. Essa prática considera a existência de meridianos pelo corpo, que seriam “canais energéticos” correspondentes a vários órgãos. As doenças seriam causadas por desequilíbrios nessas vias, passíveis de serem tratados com a aplicação das agulhas em pontos definidos. Vale ressaltar, essa é a perspectiva da medicina chinesa, um conjunto de práticas terapêuticas milenares. 
Cientificamente, o mecanismo exato de atuação da técnica ainda não é esclarecido. A hipótese mais aceita é que as agulhas estimulam o sistema nervoso, causando a liberação de neurotransmissores, como serotonina. As alterações bioquímicas promoveriam o bem-estar físico e emocional. “Esses mesmos neurotransmissores estão envolvidos nos distúrbios de depressão e ansiedade. Os fármacos utilizados para esses distúrbios mobilizam essas substâncias químicas, mas por mecanismos diferentes da acupuntura, o que torna as duas vias de tratamento perfeitamente compatíveis”, diz o médico especialista em acupuntura Hildebrando Sabato, presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA). 
O avanço das tecnologias de neuroimageamento abriu novas perspectivas para o estudo dos efeitos da acupuntura no cérebro. Um estudo publicado em 2010 na Autonomic Neuroscience, por exemplo, mostra que há particularmente uma diminuição da ativação da amígdala durante a estimulação da acupuntura. Essa região subcortical é especialmente relacionada à produção de resposta de medo.
No Brasil, a acupuntura é uma especialidade médica. Apenas médicos, dentistas e veterinários podem exercer a técnica legalmente no país. Reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), é tratamento de primeira escolha para várias doenças, como cefaleias e dores crônicas, e adjuvante para outras. No caso da ansiedade, “pode funcionar de maneira complementar aos fármacos, por exemplo, proporcionando diminuição das doses, retirada programada quando se alcançam níveis satisfatórios de um tratamento convencional, ou de maneira preventiva e sem os efeitos colaterais dos fármacos”, diz Sabato. A acupuntura é oferecida há mais de duas décadas no Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: Mente & Cérebro

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